O estado de nosso planeta é motivo de preocupação para muitos pesquisadores que buscam, por meio de seus estudos, que o lugar em que vivemos seja o lar para muitas outras gerações. Um dos pesquisadores que trabalha em favor do meio ambiente é o professor Leonardo Ribeiro. Ele publicou recentemente a tese Megaprojetos no Litoral Norte Paulista: O papel das grandes iniciativas de infraestrutura na transformação regional, trabalho que foi selecionado pela Universidade Estatal de Campinas (Unicamp) para concorrer ao Prêmio Cape das melhores teses brasileiras em 2014.
Ribeiro é engenheiro agrônomo formado pela Universidade Federal de Viçosa e possui doutorado em Ambiente e Sociedade pela Unicamp. Também é professor da Rede Universitária em que a FUNIBER colabora, desde 2003, é analista ambiental do Instituto Brasileiro do Meio ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA). Durante os últimos anos, ele trabalhou em projetos de pesquisa destacados, como o Estudo de Metodologias de Avaliação de Políticas Públicas Ambientais do Estado de São Paulo.
Entrevistamos ao Professor Leonardo Ribeiro para conhecer mais sobre os mestrados em Meio Ambiente que a FUNIBER promove e descobrimos a necessidade que existe, na atualidade, de formação de profissionais em disciplinas ambientais.
Para começar, você poderia nos falar sobre os projetos nos que está trabalhando atualmente? Em que área se especializou e em que campo demonstra principal interesse?
Além de professor da Rede Universitária em que a FUNIBER colabora, trabalho como analista ambiental do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA). Desenvolvo o meu trabalho, assim como as minhas pesquisas, principalmente nas áreas de gestão ambiental, licenciamento ambiental de grandes empreendimentos, avaliação de impactos ambientais e avaliação de impactos cumulativos.
Dentro da área de gestão ambiental, escutamos falar sobre a modernização ecológica. Do que se trata? Está dentro da chamada economia sustentável?
A modernização ecológica é uma teoria de análise da reforma institucional, com centro no crescimento independente da ecologia diante das outras dimensões de racionalidade da sociedade industrial, em especial da economia.
Teoricamente a modernização ecológica pode ser vista como um conceito que busca superar os problemas ambientais a partir de quatro pressupostos: introdução de inovações tecnológicas nos processos produtivos, prevenção da degradação ambiental, participação pública na tomada de decisão e soluções ambientais e econômicas simultâneas. Nesse ponto, de forma simplificada, ela é uma teoria social, digamos “otimista”, e seus pressupostos estariam alinhados a conceitos como os da economia verde ou da economia ecológica, fortemente baseadas em metas de desenvolvimento sustentável.
O que poderia recomendar aos profissionais que estudam na área ambiental sobre a temática da modernização ecológica? Poderia nos indicar como este conceito se integra nos estudos da área?
Meu interesse na Teoria da Modernização Ecológica reside, principalmente, na capacidade desta teoria em proporcionar ao pesquisador um conjunto consistente de conceitos, condições e premissas apropriados para o desenvolvimento de uma análise empírica. Esses atributos colaboram, segundo o pesquisador Arthur Mol (1995), para a compreensão das transformações das instituições da modernidade tardia em uma direção mais sustentável ambientalmente.
A existência de indícios de Modernização Ecológica em um país ou região poderia sugerir o desenvolvimento de capacidades institucionais que habilitariam os atores envolvidos a responder, de maneira mais eficiente, aos novos desafios impostos pelos Megaprojetos. Por outro lado, as lacunas detectadas nesse processo indicariam a tendência de agravamento dos problemas existentes.
O mercado de trabalho exige especialistas na área de meio ambiente? O que você diria para aqueles profissionais que estão pensando em estudar um mestrado na área ambiental?
A humanidade demanda conhecimento científico acerca dos problemas relacionados à crise ambiental global. As perspectivas atuais em relação, por exemplo, às perdas de biodiversidade, poluição e aquecimento global não são nada otimistas. As últimas previsões do Grupo Intergovernamental de Especialistas sobre Mudanças Climáticas (IPCC) são assustadoras e os governos ainda não têm uma agenda clara de abordagem da questão. Não apenas o mercado, enquanto ente etéreo da modernidade, mas a sociedade como um todo, demandará cada vez mais profissionais bem instruídos que saibam elaborar mais do que boas respostas, mas sim boas perguntas.
Neste sentido, a FUNIBER promove uma série de programas na área de meio ambiente muito competitivos com o objetivo de facilitar o acesso a uma formação de qualidade apara todos aqueles profissionais que estejam interessados em ampliar seus estudos. Por meio de bolsas de estudo, pode-se optar por cursar mestrados, especializações e/ou doutorados em modalidade on-line com titulação universitária.
Links relacionados:
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- Editoria de UNICAMP publica pesquisa de professor da área de Meio Ambiente